Revista Quatro Rodas publicou uma matéria em novembro/12 muito interessante sobre erros que os consumidores cometem na aquisição de um veículo.
Compartilhamos com vocês a matéria na íntegra. Confira e boas compras…

1) Pensar apenas no valor da parcela do carro. 

Pensar apenas nas parcelas do financiamento na hora de planejar a compra do carro é um erro clássico. Além das prestações, ter um carro significa ter diversos outros gastos com a sua manutenção. 

Entre eles, incluem-se o combustível, o IPVA, o seguro obrigatório DPVAT, o seguro particular, o licenciamento, os gastos variáveis com estacionamento, manutenção e outros gastos eventuais, como o valor da franquia do seguro, o conserto de alguma peça em caso de acidentes, o custo do pedágio em uma viagem e multas de trânsito. 


Segundo uma simulação do consultor financeiro Mauro Calil, os gastos com um veículo no valor de 30.000 reais em quatro anos somariam 83.821 reais, se fosse incluído o pagamento parcelado de 20.000 reais e descontada uma entrada de 10.000 reais. Seria um total de 20.955,25 reais por ano, ou 1.746 reais por mês. Por serem custos significativos, deixá-los de fora na hora de fazer o planejamento da compra pode trazer sérios prejuízos ao orçamento. 

2) Ignorar a finalidade do carro. 

Na hora de pesquisar quais carros comprar, muitos se preocupam com o valor, o design, a marca e o modelo que mais lhes agrada. Mas, nem todos pensam em comprar o carro que é mais adequado ao uso.
Para acertar neste ponto, é importante pensar no tipo de uso que o veículo terá no dia a dia, se ele circulará em cidades grandes, se será usado para carga, para viagens, se precisará de um motor mais potente, ou se irá acomodar uma família. Para uma família grande, por exemplo, o comprador deve buscar um carro que acomode todos de forma segura e que não tenha comprometimento da suspensão e dos amortecedores, ao suportar mais peso. 

Checar quais são veículos mais vendidos na região onde o motorista irá circular, ou conversar com proprietários que já possuem o carro pretendido podem ser boas pistas para encontrar o veículo mais adequado. 

 
3) Ficar empolgado com a oportunidade.
A todo o momento as montadoras e concessionárias anunciam promoções para fisgar mais clientes. Algumas oferecem iPads, outras viagens, descontos ou garantia estendida. Seja o que for a promoção não deve ser o principal motivador para compra, mas apenas um benefício adicional. 

Se a intenção já era comprar determinado modelo e surgiu a promoção, ótimo. Mas o comprador não deve se guiar pelo impulso da promoção, ou por achar que aquela oportunidade é imperdível, como costumam dizer alguns vendedores. Uma compra por impulso não dá espaço para comparações e uma boa negociação. Se a promoção parecer realmente válida, peça ao vendedor pelo menos um dia e cheque em outra concessionária ou pela internet se aquela proposta realmente vale a pena. 


A escolha deve ser bem pensada, já que a decisão vai permanecer com você por alguns anos e os custos também. Mesmo se a oportunidade for realmente boa, como, por exemplo, a redução do IPI, não havendo condições de fazer a compra de determinado carro, a empolgação não deve se sobrepor à razão. Às vezes, ao juntar o dinheiro para comprar o carro à vista mais para frente, a economia com os juros das prestações e com o possível desconto da compra à vista, podem trazer mais economia do que a redução do IPI, além do conforto de se saber que a compra não foi feita por impulso. 

4) Não contabilizar o custo total do financiamento. 
Se o carro for financiado, é essencial que o comprador observe o Custo EfetivoTotal (CET) da operação. O CET é a taxa que inclui todos os encargos envolvidos nas operações de crédito. Ela inclui não só os juros, como os impostos e outros custos do financiamento. 

Dependendo do CET, o carro pode sair milhares de reais mais caro do que pareceu à primeira vista. Por isso, fazer uma simulação do valor das prestações incluindo o CET é fundamental para que o comprador não cometa o erro de comprar um carro e não poder honrar as parcelas depois. 

Ao fazer um financiamento, também é importante comparar o CET da operação feita com o banco da montadora, que é o financiamento normalmente oferecido nas concessionárias e o CET dos bancos grandes. Em alguns poucos casos, a taxa de CET do banco grande pode ser mais barata do que a taxa da montadora. 

E por fim, o financiamento em uma montadora pode se
r muito mais barato que em outra. Assim, na hora de escolher entre um carro de uma marca ou de outra, vale a pena observar qual das montadoras oferece o menor CET. O custo mais baixo em uma delas pode desempatar a decisão. 
5) Não atentar para os pequenos detalhes. 
A aposentada Maria Helena comprou um carro no valor de 150.000 reais e estava muito satisfeita até entrar no veículo pela primeira vez. “Quando eu fui andar com o carro pela primeira vez, eu vi que ele não tinha a alça de segurança no teto e eu sempre ando segurando essa alça porque me sinto mais segura, mais confortável”, diz. Como ela não dirige mais e só usaria o carro com o motorista, ela não olhou os detalhes da parte interna do carro e agora está pensando em trocá-lo por conta da falta que o item lhe faz. “Eu já pedi para colocarem a alça, mas neste modelo não é possível. Agora estou decidindo se compro outro, porque a alça me faz muita falta, principalmente para entrar no carro. O problema é que vou perder bastante dinheiro por vendê-lo agora”, diz Maria Helena.

 Muitos compradores deixam escapar este tipo de detalhe, que no dia a dia faz uma enorme diferença. Por isso, é fundamental fazer um test drive. E às vezes, mais do que isso. Ao rodar poucos quilômetros, provavelmente só será possível notar seus pontos positivos, principalmente porque o vendedor ressaltará as qualidades e esconderá os defeitos do automóvel escolhido. 

Para fazer um teste mais apurado, o ideal é alugar um carro do mesmo modelo, de preferência, o veículo mais velho disponível na locadora. Será esse automóvel que mostrará os efeitos do tempo e do uso sobre determinado modelo. E no caso de carros usados, algumas lojas permitem a realização de um test drive prolongado. A rede de concessionárias Itavema, por exemplo, permite que o interessado teste o carro que quer comprar durante três dias antes de fechar o negócio. 
6) Deixar para comprar acessórios em lojas independentes. 
Se já há intenção de gastar dinheiro com os acessórios, vale mais a pena comprar a versão do carro que já vem com os acessórios de fábrica, do que comprar a versão mais básica e depois pagar pelos acessórios separadamente na concessionária. 
Um levantamento feito por EXAME.com junto a concessionárias e lojas de acessórios mostrou que, para cinco modelos de carros de diferentes categorias, normalmente é melhor comprar uma versão mais equipada do que comprar a versão mais básica e adicionar os acessórios depois. O carro mais equipado de fábrica já tem embutido o preço dos serviços de instalação, que ficariam mais caros na instalação à parte. 
Além disso, ao comprar a versão do carro mais equipada, é possível ter vantagens também na hora da revenda. Isto porque um carro sem itens básicos, como ar condicionado, travas e vidros elétricos, pode ter mais dificuldade em encontrar compradores. Se isso ocorrer, o vendedor terá que baixar ainda mais o preço para atrair interessados. 

7) Pecar pelo excesso de acessórios. 
Na hora de comprar o carro, é comum que os vendedores ofereçam uma lista grande de opcionais. Fora os itens básicos, que podem ajudar a conseguir um melhor preço na hora da revenda, equipamentos não essenciais como frisos laterais, porta-objetos, aparelho de som com DVD e ar condicionado digital podem encarecer muito o valor do carro. Em casos extremos, podem inclusive desvalorizar ainda mais o modelo na revenda, como é o caso dos acessórios instalados quando se faz “tuning” do carro. O comprador precisa ficar atento para não exagerar nos acessórios na empolgação da compra e acabar não tendo como honrar o pagamento. Os opcionais podem representar gastos adicionais de mais de 10.000 reais. 

8) Vender o carro atual por um valor muito baixo.

De nada adianta conseguir um bom preço no carro novo se o seu usado for vendido por um valor muito baixo. Por isso, é importante evitar a venda do carro depois de uma forte desvalorização e também vendê-lo da forma certa. 

Uma forte depreciação pode ocorrer, por exemplo, se o carro for vendido após um anúncio de que o modelo vai sair de linha, ou de que outra versão daquele modelo ou de um similar será lançada. Quem acompanha notícias de publicações especializadas pode conseguir se antecipar a esses movimentos, antes que os rumores alcancem os grandes veículos de comunicação. 

Vender um carro com defeitos reduzindo o preço para que o futuro proprietário o reforme pode ser um grande erro. A maior parte dos compradores prefere que o veículo já esteja em ordem, pois assim pode usufruir do carro de imediato e sem dores de cabeça. Fazer alguns consertos pode ajudar a conseguir um preço mais alto e esta diferença pode compensar os gastos. 

Se o proprietário não tiver capacidade de gastar muito dinheiro com os consertos, priorizar os problemas estéticos pode ser uma solução. Para-choques, rodas e capas de espelhos arranhados, por exemplo, são questões fáceis e baratas de se resolver e que podem fazer diferença na revenda. 

9) Não pe
rceber que o carro usado foi maquiado
Comprar carros maquiados ao buscar carros usados ou seminovos, é um erro que pode sair bem caro. É importante que o comprador saiba desvendar alguns dos truques que os vendedores podem usar para disfarçar problemas que os carros tenham enfrentado. 

Algumas das dicas podem ser: participar da inspeção técnica do carro, pela qual todos os veículos passam antes da revenda; avaliar se há alguma assimetria entre as portas, os para-choques e o teto; e não comprar um veículo sem o manual, uma vez que o hodômetro do carro pode ter sido adulterado para apresentar uma quilometragem menor, e apenas com o manual é possível checar se houve algum tipo de alteração.

Matéria extraída do site: http://quatrorodas.abril.com.br/

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